quarta-feira, 18 de julho de 2012

Agora vai?

>> Seleção masculina de futebol é, novamente, uma das favoritas ao ouro, mas precisa espantar de vez o fantasma da responsabilidade (foto: Golazo Deportivo)



É um bom time, a seleção de futebol que vai representar o Brasil nessas Olimpíadas. Não
passamos nem de longe pela nossa melhor fase, mas temos boas promessas. E o torneio
masculino de futebol nos Jogos Olímpicos não passa disso: confrontos entre promessas. Oscar,
Damião, Rafael, Sandro, Pato e Ganso são titulares, ou quase isso, em seus times – no Brasil
e na Europa. Sem contar Neymar. A estrela do Santos nunca foi na seleção o que é no Peixe – ou o que a mídia pinta que é. Chegou a hora.

Os três jogadores escolhidos por Mano com idade superior a 23 anos são jovens também, mas
podem representar facilmente um porto seguro para a imaturidade do resto do time. Marcelo
é o melhor lateral esquerdo do mundo, e é titular de um dos dois melhores times do planeta.
Hulk foi eleito o melhor jogador do último campeonato português, e Thiago Silva praticamente
dispensa apresentações: também um dos melhores do mundo em sua posição, foi titular por
dois anos do Milan. Experiência não falta.

Não tem segredo. Mano teve a oportunidade de fazer amistosos de peso com a base dessa
seleção. No maior deles, contra a Argentina, o time brasileiro, praticamente todo olímpico, se
portou bem. Não chegamos à vitória, mas o jogo foi parelho contra uma seleção recheada de
craques – um deles o maior de todos atualmente. Somos competitivos.

E somos, sim, favoritos. A Espanha tem um time mais consistente, até por se preocupar
mais com a formação dos seus jogadores do que a gente, e o Uruguai passa por seu melhor
momento em muito tempo, além de contar com Cavani e Suarez lá na frente. O Brasil se junta
a essas duas seleções como candidato ao título.

Isso só significa mais responsabilidade, e essa mescla entre obrigação de vitória e juventude
parece nos atrapalhar. Ter a obrigação de ganhar sempre foi um empecilho para o futebol
brasileiro no caminho do ouro olímpico. Mas não o único. Uma hora precisamos parar com a
mania de achar que fomos nós que perdemos, e não os outros que ganharam. Se perdemos
antes, os outros foram melhores de alguma forma.

Temos qualidade e temos um time razoavelmente montado. Dá pra ganhar.

(texto: Bruno Zermiani)

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