sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Mundial de Atletismo - Lançamento de disco e Salto em Altura

Dois campeões mundiais que eu não fazia a menor ideia de que existiam até esta semana:


Robert Harting (ALE) - Quem disse que lançamento de disco não pode ser emocionante? Prata em Pequim, o polonês Piotr Malachowski tinha tudo para, dessa vez, ficar com o ouro graças a sua marca de 69,15m, conseguida na penúltima tentativa. Chegada a última rodada, nem o campeão olímpico Gerd Kanter havia superado o polonês. Só lhe restava um adversário: Harting, o dono da casa. Contando com o entusiasmo de seus compatriotas - que lotavam o Estádio Olímpico - o alemão atinge 69,43m. Comemora, mas deve aguardar a tentativa derradeira de Malachowski para se sagrar campeão mundial. Mas o polonês lança "apenas" 67,33m e fica com a prata. O ouro é de Robert Harting, que pula, grita e rasga a parte de cima do uniforme. Eufórico, levanta o simpático ursinho Berlino, mascote da competição. A festa é doméstica.

Blanka Vlašić (CRO) - Dessa vez, a campeã mundial não fez a festa da torcida local, muito pelo contrário. No final da final do salto em altura, restaram uma alemã, uma russa e uma croata (parece começo de piada: "na olimpíada, tava um brasileiro, um português e..."), as únicas capazes de saltar 2,02m. Se a marca anterior já havia filtrado muita gente, passar por dois centímetros a mais parecia difícil. Parecia. A croata conseguiu, em sua segunda tentativa. Assim que aterrissou, dançou - literalmente. Ela remexeu os quadris meio sem jeito e depois balançou os braços, de olhos fechados. Depois do showzinho e já com o ouro garantido, teve concentração para comandar as palmas do estádio todo na tentativa de superar o record mundial. Foi uma pena que não conseguiu.

Grand Prix - Fase Final - 3a Rodada


A pobre Alemanha sequer viu a cor da bola na partida de hoje contra as brasileiras. 25/15, 25/15 e 25/16 é placar de Brasil x Quênia, sinceramente. Com apenas quatro pontos cedido em erros durante toda a partida, as campeãs olímpicas rumam para o oitavo título do Grand Prix - o quinto nas últimas seis edições. Como disseram sobre o Titanic, ninguém derruba esse time. Não agora. Ainda mais depois que as tão por mim aclamadas holandesas levaram um belo 3 a 0 do Japão. O Brasil continua como o único invicto na Fase Final e, mesmo perdendo para a Holanda amanhã, deve ser campeão graças aos critérios de desempate. Está quase começando a ficar sem graça. Quase.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mundial de Atletismo - 100 m com barreira F


Após passar horas e horas em frente à tv vendo o Mundial de Atletismo, criei uma certa afeição por alguns atletas. Era legal quando, na apresentação dos classificados para a final, eu identificava alguém que já "conhecia" das séries anteriores. Quase orgulhosamente eu acompanhava a prova para ver o final da história. Imagino como se sentem as pessoas que realmente conhecem os atletas e os veem disputando o título mundial. Enfim, num desses dias assisti à série de classificação de Priscilla Lopes-Schliep no 100m com barreira. Chamaram minha atenção seu nome híbrido e sua forma física. De longe, parecia gordinha demais para uma competição daquele nível. Bastaram 12.56s para ela calar a minha boca e vencer a série com facilidade. Ela era grande, sim, mas devido ao peitoral desenvolvido para mais facilmente superar as barreiras. Descobri, na sequência, que a canadense tinha sido bronze em Pequim. Depois disso, nossa relação foi melhorando a cada corrida. Na final, torci por Priscilla como se ela fosse brasileira e eu tivesse acompanhado sua carreira desde suas competições juvenis. O ouro ficou com a veterana Brigitte Foster-Hylton (jamaicana, óbvio), mas a prata era nossa! Embrulhada na bandeira canadense, ela não parava de sorrir e mandar beijinhos para a câmera. Até a próxima, Pri!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Grand Prix - Fase Final - 1a Rodada

Que jogaços nesse início de fase final do Grand Prix! E que sufoco desnecessário a seleção brasileira passou contra a Rússia!
A madrugada voleibolística começou com a vitória sensacional da Holanda frente às chinesas campeãs olímpicas em Atenas – que, a propósito, não conquistaram mais nada nesses cinco anos seguintes. Assim como fizeram na surpreendente conquista do GP de 2007, as holandesas apresentaram um voleibol consistente, de gente grande. A oposta Flier (28 pontos hoje) e as centrais Visser e Huurman têm jogado demais e na partida contra a China não foi diferente. Para se firmar como uma equipe de ponta, a Holanda precisa apenas acabar com a dança das ponteiras. Blom, Stam e a novata Grothues ainda oscilam demais. Ainda assim, boto uma fé nesse time, tanto para a conquista do título do Grand Prix quanto para a vida.

A partida do Brasil começou atrasada devido ao 15 x 13 no tie-break do jogo anterior. E a equipe russa também entrou na partida com um certo atraso. O primeiro set foi nosso, fácil. O segundo, russo e o terceiro, novamente vencido pelo Brasil. Parecia ser efeito do lado da quadra. A quarta parcial estava tranquila e as brasileiras davam a impressão de que fechariam o jogo logo, logo, sem estresse. Mas Rússia é Rússia. As europeias reagiram e levaram a decisão para o tie-break. Nele, as russas chegaram a ter dois match points. Mas Brasil é Brasil. As americanas reagiram e, com quatro pontos seguidos, liquidaram a fatura.
Que vitória. Que sufoco. E que venham as chinesas.

A última partida do dia foi entre Alemanha e Japão. Ótimo jogo, repleto de ralis, mas nada que se compare aos dois duelos anteriores. Deu 3 a 1 para as alemãs, que mostram estarem vivas na disputa do título.

Mundial de Atletismo - Salto Triplo M


Acostumamo-nos a torcer por Jadel Gregório e vê-lo fora do pódio por pouco. Foi assim nas duas últimas Olimpíadas, quando o triplista foi quinto e sexto colocado. No Mundial de Berlim, entretanto, essa história não se repetiu: Jadel não acabou perto do pódio, mas ficou muito longe dele. Dentre os oito finalistas do salto triplo, o brasileiro foi o oitavo colocado. Seu melhor salto na ocasião, 16,89 m, não chegou nem perto da melhor marca da carreira: incríveis 17,90 m. A cereja do bolo foi sua contusão, que o impossibilitou de realizar as duas últimas tentativas a que tinha direito de melhorar sua marca mediana na prova. Fica no ar a dúvida se o problema no joelho só apareceu em Berlim ou se a má atuação do brasileiro no Mundial se deu justamente por conta dessa contusão pré-existente.
Se Jadel Gregório não atendeu às expectativas, o britânico Phillips Idowu as superou. Sexto colocado no Mundial de dois anos atrás, Idowu bateu o atual campeão olímpico Nélson Évora ao alcançar 17,73 m – 18 cm a mais que o português. Facilmente identificado pelos cabelos tingidos, pircings no rosto e sobrancelhas estilosas, Idowu conseguiu a melhor marca da temporada na final do Mundial. Lembrando que, em 2012, ele saltará em casa. Se cuida, Jadel. Ou melhor, se cuida, Évora, porque o Jadel...

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Mundial de Atletismo - Salto com Vara F



Ninguém soube explicar o que aconteceu. Nem Fabiana Murer, nem Yelena Isinbayeva, ninguém. Admito ser novato na tarefa de acompanhar salto com vara, mas essa deve ter sido a final de Campeonato Mundial mais estranha da história. Logo no aquecimento, a russa Yiulia Golubchikova – quarta colocada em Pequim e, portanto, candidata a medalha – sentiu uma contusão e não teve condições de sequer disputar a final. A segunda idiossincrasia foi a participação da brasileira Murer. Cotada para subir ao pódio – ainda mais com a ausência da estadunidense Jennifer Stuczynski e da russa Svetlana Feofanova, medalhistas olímpicas em 2008 – Murer não fez bons saltos e terminou com a marca regular de 4,55m, 27cm a menos de seu record pessoal, conquistado em junho deste ano. A superstar Isinbayeva entrou na disputa só depois de muitas competidoras já terem sido eliminadas. Enquanto a maioria das finalistas iniciou os saltos em 4,25m, a campeã olímpica e mundial fez sua estreia com o sarrafo a 4,75m. Falhou. Tentou, então, a 4,80m. Novo erro. Sua última tentativa encheu os milhares de torcedores presentes no estádio berlinense de apreensão e expectativa. Poderia a bela e a fera Isinbayeva desapontar tanto assim? Poderia e pôde. Suas chances de ouro caíram junto com o sarrafo na terceira tentativa de superá-lo. Acostumada às glórias e às vitórias, a russa agora chora. Na saída do estádio, seu discurso era idêntico ao de Fabiana Murer. “O que aconteceu?”, lhes perguntaram. “Não sei”, disseram, “não sei”.