segunda-feira, 25 de abril de 2016

O brasileiro que tentará conquistar três medalhas no Rio

Estreante em Olimpíadas, o canoísta Isaquias Queiroz pode fazer história

O Brasil possui um bom retrospecto olímpicos em modalidades relacionadas com a água: já ganhamos 17 medalhas na vela em todas as edições até Londres-12 e mais 13 pódios na natação. No Rio, a canoagem tem grandes chances de entrar no rol dos esportes medalhados, graças a um homem: Isaquias Queiroz.

Em 2011, Isaquias se tornou o primeiro brasileiro campeão mundial júnior na canoagem.
A expectativa é de que o baiano possa subir ao pódio não uma, nem duas, mas sim três vezes, o que faria dele o primeiro canoísta a alcançar tal feio no história olímpica. Porém, o recorde ainda depende da definição de quantas provas o jovem de 22 anos disputará no Rio. No último mundial, Isaquias abriu mão da sua especialidade, o C1-200 para ajudar o Brasil a garantir vaga em outra distância, a de 1000m. O plano deu tão certo que, além da vaga, o país ainda levou a medalha de bronze. Para coroar a competição primorosa, o canoísta ganhou a medalha de ouro ao lado de Erlon Silva no C2-1000. As três provas são olímpicas.

O baiano conquistou duas medalhas de ouro e uma de prata no Pan de Toronto-2015.

Será logística e humanamente possível participar das três da Olimpíada, já que nenhuma classificatória ou final coincide. O desafio será Isaquias, ao lado do treinador Juan Morlán, traçar a melhor estratégia para que ele não se sobrecarregue e tenha forças para disputar bem as provas escolhidas. De qualquer forma, será a maior chance que o Brasil já teve de conquistar uma medalha olímpica na canoagem. Ou duas, ou três...

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Que venham os grandes

Candidato a zebra no Rio, Brasil conhece adversários no polo aquático e handebol masculinos

Não já dúvidas de que vôlei e futebol são os esportes coletivos em que a delegação brasileira tem mais chances de subir ao pódio na próxima Olimpíada. Modalidades como o polo aquático e o handebol masculino, porém, possuem uma leve esperança de ser a grande zebra do campeonato e chegar à disputa de medalhas. Ambos os torneio tiveram seus participantes definidos.

Nas piscinas, os brasileiros estão no grupo A, ao lado da favoritíssima Sérvia, campeã mundial e europeia, das fortes Hungria e Grécia e das vencíveis Austrália e Japão. Se os comandados por Ratko Rudic conseguirem vencer as partidas (em tese) mais tranquilas, jogarão a vida nas quartas de final para chegar à improvável, porém possível semifinal.

O hispano-brasileiro Felipe Perrone foi o MVP da Champions League de 2015.
Com o reforço do treinador croata e de craques repatriados e naturalizados, o polo aquático brasileiro fez história em 2015 ao conquistar a medalha de bronze na Liga Mundial, com vitórias sobre a Croácia e os Estados Unidos, possíveis adversários nas quartas. Quem sabe o raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

No handebol, as mulheres já foram campeãs mundiais em 2013, mas os homens também buscam um resultado expressivo no Rio. Todas as 12 seleções que virão ao Brasil em agosto estão definidas, embora os grupos ainda serão sorteados. No último pró-olímpico mundial, a surpresa ficou por conta da não classificação da Espanha, campeã do mundo em 2013, e a vitória dos tunisianos sobre os macedônios. 

Potência regional há mais de década, o handebol brasileiro quer subir de nível no Rio.
A França está para o handebol assim como a Sérvia para o polo e é o time a ser batido nos Jogos. As seis demais equipes europeias têm boas chances de pódio: Dinamarca, Croácia, Alemanha, Suécia, Eslovênia e Polônia. É bom também ficar de olho no Catar e sua seleção de naturalizados, que foi prata no último mundial. 

A equipe nacional bateu na trave nos campeonatos do mundo de 2013 e 2015, quando foi eliminada nas oitavas de final por apenas um golzinho, contra as fortes Rússia e Croácia, respectivamente. A situação é semelhante ao do polo: caso o sorteio dos grupos seja favorável, o Brasil pode classificar em quarto ou até em terceiro se conseguir uma vitória heroica contra um figurão europeu. Depois, é jogar como sempre e vencer como nunca nas quartas para fazer história olímpica em solo nacional.  

domingo, 10 de abril de 2016

O renascimento de Francesca Piccinini

Atacante italiana de 37 anos é a MVP da Champions League de vôlei feminino

A italiana Francesca Piccinini é uma das figuras mais conhecidas do voleibol feminino mundial. Campeã do Mundo com a surpreendente seleção da Itália em 2002, a ponteira completou 37 anos no início do ano e parecia já estar caminhando rumo à aposentadoria. Mas tudo isso mudou no Final Four da Champions League de clubes.

A ponteira Piccinini venceu a Copa do Mundo e a Copa dos Campeões em 2007 e 2009 com a seleção da Itália.
Logo na primeira participação do Pomi Casalmaggiore, o time de Montichiari sediou a fase final do torneio e teve a difícil missão de bater as russas do Dinamo Kazan na semifinal caso quisesse sonhar com o caneco continental. E quem liderou a equipe cor de rosa rumo à grande final? Ela mesma, a quase quadragenária Piccinini. Com uma apresentação que relembrou os anos de glória da década de 2000, a atacante soube explorar o bloqueio adversário como ninguém, varreu o fundo de quadra e ainda conseguiu acertar potentes ataques. Resultado: 3 sets a 0 para as italianas.

O rival do jogo final seria outra pedreira: o Vakif Bank, bicampeão da própria Champions League. E, novamente, Piccinini e cia surpreenderam as favoritas, para delírio dos milhares de torcedores que viram o Casalmaggiore conquistar o maior título de sua história. O maior triunfo do dono da casa foi manter o controle da partida mesmo nos momentos decisivos: apesar do resultado final de 3 a 0, todas as parciais foram apertadíssimas: 25/23, 25/23 e 25/22.

Além de Picci, a central Stevanovic, a oposta Kozüch e a levantadora Lloyd estão do time do campeonato.

Maior pontuadora da decisão com 14 pontos, Piccinini repetiu a ótima atuação da semifinal e até teve o prazer de fazer o último ponto do campeonato: um bloqueio diante da holandesa Slöetjes, titular da posição que tem a brasileira Sheilla como opção no banco. Ninguém discordou do prêmio de melhor jogadora do campeonato concedido à italiana. O próximo desafio de Picci será com a seleção no Pré-Olímpico mundial, em maio, no Japão. Seria uma pena não vê-la em ação aqui nos Jogos do Rio de Janeiro.  

terça-feira, 5 de abril de 2016

No sufoco, Brasil terá equipe completa do tênis de mesa no Rio

País terá Gustavo Tsuboi, Hugo Calderano, Gui Lin e Caroline Kumahara no torneio de simples

O tênis de mesa é um dos esportes que mais cresceram no país durante o último ciclo olímpico. Só ano passado, Thiago Monteiro venceu o coreano Seung Min Ryu, campeão olímpico em Atenas-04, e a dupla Gustavo Tsuboi e Hugo Calderano chegaram à final da etapa do Circuito Mundial no Catar, entre outros resultados que mostram a evolução da modalidade nos últimos anos.

Gustavo Tsuboi comemora - e muito! - a vaga conquistada "aos 48 minutos do 2° tempo".
No pré-Olímpico latino-americano, o mesmo Tsuboi garantiu sua participação nas Olimpíadas de agosto ao levar a terceira e última vaga disponível no torneio. A conquista foi mais difícil do que o esperado: por confiar no 61° do mundo, a Confederação Brasileira sequer levou outros mesa-tenistas nacionais que também teriam chance de classificação, porém estão em colocações piores no ranking, como Cazuo Matsumoto ou Thiago. Hugo já estava classificado devido à medalha de ouro do Pan de Toronto-15.

A confirmação da vaga veio apenas no domingo, último dia de competições, em uma final eletrizante. Após ter sido eliminado precocemente nos torneios da sexta-feira e do sábado, que classificavam os dois finalistas ao Rio, Tsuboi teria que ser campeão da chave do domingo. E a conquista veio com uma vitória por 4 sets a 3 diante do paraguaio Marcelo Aguirre. O brasileiro chegou a abrir 3 sets a 1, mas Aguirre levou a disputa para o sétimo e decisivo set, no qual chegou a abrir três pontos de vantagem. Tsuboi, no entanto, recuperou o set e o fechou em 11 a 9.

A chinesa naturalizada brasileira Gui Lin também estará no Rio de Janeiro.
Com isso, o Brasil terá o máximo possível de representantes no tênis de mesa na Olimpíada. As atletas Caroline Kumahara e Gui Lin alcançaram a classificação no mesmo campeonato, fechando as quatro vagas possíveis no individual. Em ambos os gêneros, o país já se garantiu também na competição por equipes.  

segunda-feira, 4 de abril de 2016

Zé Roberto não ousa na escalação para ano olímpico

>> Comandante da seleção feminina foi coerente ao chamar as atletas em que mais confia. 

Um dia após o 11° título da Superliga do Rexona/Ades, em uma final surpreendentemente acirrada contra o novato em decisões Praia Clube, o técnico da seleção feminina de vôlei divulgou a lista das 19 jogadoras convocadas. Daí saem as 12 que tentarão o tricampeonato olímpico no Rio-16.

Não houve grandes surpresa entre as selecionadas de José Roberto Guimarães. A posição mais complicada é a de levantadora, uma vez que Fabíola - em tese a número 2 do Brasil - está grávida, e ainda não é certo se terá condições físicas de disputar os Jogos. A novata Naiane, do Minas, e Roberta, do Rexona brigarão pelo posto de reserva de Dani Lins, do Osasco.

O técnico Zé Roberto terá que cortar sete atletas até os Jogos Olímpicos do Rio.

Desde a aposentadoria de Fabi, a posição de líbero tem ficado com a eficiente Camila Brait, que terá a companhia de Leia, ainda lesionada, na seleção. A experiente Sassá, que deixou de ser ponteira para virar líbero e tentar estender a carreira na seleção, não foi chamada.

Os boatos de que o técnico poderia voltar a chamar atletas experientes que ficaram de fora do ciclo olímpico como Paula, Mari ou Carol Albuquerque, não se confirmaram. Outras jogadoras que tiveram espaço da temporada de seleções passada, como as opostas Barbara e Joycinha ou as levantadoras Ana Tiemi e Macris, também ficaram de fora. 

Com equipes mescladas, o Brasil foi prata no Pan e bronze no Grand Prix em 2015.

No grupo das atacantes de extremidade, Sheila, Tandara, Jaque, Natália, Gabi e Garay estão praticamente garantidas. Apesar da boa Superliga, a oposta Monique deve ser cortada antes da Olimpíada, assim como Mari Paraíba, que possui um bom fundo de quadra, mas ainda peca na hora da decisão. 

A maior dor de cabeça de Zé Roberto será o meio de rede. Ninguém tira o lugar das "torres gêmeas" Fabiana e Thaísa, o que significa que apenas uma jogadora entre Adenízia, do Osasco, e Carol e Juciely, do Rexona, sentirá o gostinho de disputar uma Olimpíada em casa. Se o técnico levar em conta o desempenho no recém-encerrado campeonato de clubes, Carol é a favorita à vaga.

Antes da competição mais importante do ano, em agosto, o grupo disputará o Grand Prix, cujas finais serão na Tailândia, em julho. Apenas após o GP que Zé Roberto definirá as 12 eleitas.