domingo, 20 de março de 2016

Rafael Silva ou David Moura? Eis a questão

Judocas do Brasil dão uma boa dor de cabeça à confederação


Por ser país-sede da próxima Olimpíada, o Brasil tem vaga garantida nas 14 categorias do judô, sete de cada gênero. Como só é permitida a participação de um atleta de cada país por peso, a regra criou uma baita competição interna pelo direito de disputar a maior competição esportiva do planeta. O caso mais emblemático é acima dos 100kg no masculino: atualmente David Moura é 12° do mundo e Rafael Silva vem logo em seguida, em 13°.

Rafael Silva foi medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres. 
O veterano Rafael, o Baby, conquistou o bronze em Londres-12 e seria o dono natural da vaga, se não fosse o histórico de lesões que o deixou fora as competições por mais de sete meses em 2015. Nesse hiato, surgiu com força David, que apesar de ter a mesma idade de seu rival, só começou a apresentar bons resultados nos últimos meses.

Em 2016, com Rafão recuperado, a briga ficou mais intensa. Depois de uma volta aos tatames com resultados abaixo do esperado em janeiro, o medalhista olímpico emendou dois títulos seguidos em março: ouro em Lima, Peru, e Buenos Aires, Argentina. David, por outro lado, subiu ao lugar mais alto do pódio em Sofia, Bulgária, e foi bronze no fortíssimo Grand Slam de Paris. 

O mato-grossense David Moura venceu a categoria peso-pesado no Pan-Americano de Toronto.
Ambos são ótimos judocas e terão boas chances de conseguir uma medalha nos Jogos. Os próximos meses serão decisivos para definir quem representará o país no Rio. A definição acontece dia 30 de maio, data da última atualização do ranking olímpico. Até lá, porém, muita coisa pode acontecer. 

terça-feira, 15 de março de 2016

O pódio de Arthur Nory e a força da ginástica masculina

São cada vez maiores as chances do Brasil subir ao pódio na modalidade no Rio

A ginástica brasileira deixou de ser mera espectadora em torneios internacionais com a ascensão de atletas femininas como Daniele Hypólito e, principalmente, Daiane dos Santos, primeira campeã mundial brasileira, em 2003, enquanto os homens engatinhavam. O tempo passou e a realidade agora é inversa: são eles que conquistam os melhores resultados. Prova disso é a medalha de prata de Arthur Nory na etapa da Escócia da Copa do Mundo.

Arthur foi o ginasta brasileiro que chegou mais perto do pódio no último Mundial (CBG)
Disputando o individual geral, no qual o ginasta deve se apresentar em todos os aparelhos, o brasileiro ficou na ótima segunda colocação, atrás apenas do dono da casa Max Whitlock, quinto colocado no Mundial do ano passado. Arthur ainda ficou à frente de outro britânico, Daniel Purvis, que ficou em 7° na final da grande competição de 2015.

Quarto colocado nas barras fixas do Mundial, Arthur prova que faz parte do "time de ouro" do Brasil, que tem tudo para realizar a melhor participação na história das Olimpíadas.Nory e Sergio Sasaki buscam um top 10 no individual geral, enquanto Arthur Zanetti, nas argolas, e Diego Hypólito, no solo, possuem grandes chances de subirem no pódio em agosto.

domingo, 13 de março de 2016

A campeã voltou

Tricampeã olímpica, Kerri Walsh está no páreo para mais um ouro no Rio 

Mais do que um fraco desempenho dos brasileiros, o Grand Slam do Rio mostrou que as duplas estrangeiras de vôlei de praia estão mais fortes do que ano passado. O destaque absoluto vai para a tricampeã olímpica Kerri Walsh: voltando de contusão, a norte-americana ainda busca a classificação para aquela que seria sua quarta Olimpíada nas areias. Ao lado de April Ross, conquistou o ouro da etapa e deixou bem claro que tem condições de sobre de voltar ao Rio de Janeiro - e sair de lá com mais uma medalha. 

Walsh disputou 21 jogos em Olimpíadas: venceu todos e perdeu apenas 1 set (FIVB).
Integrante da equipe do vôlei de quadra dos Estados Unidos em Sydney-2000, Walsh migrou para a praia, onde formou com Misty May dupla mais vitoriosa da história da modalidade - em três torneios olímpicos, as estadunidenses perderam apenas um set. Após nova medalha de ouro em Londres-2012, May se aposentou e Walsh não conseguiu resultados muito expressivos com sua nova parceira, Ross. Até agora.

Uma lesão no ombro tirou Walsh de boa parte da temporada passada e levantou dúvidas quanto à possibilidade da atleta de 37 voltar a jogar em alto nível. A conquista invicta nas areias de Copacabana é um baita recado de que a (tri)campeã voltou.

Apesar da ótima campanha no Rio, Walsh/Ross ainda não está garantida na Olimpíada deste ano (FIVB).

Não vai ser tão fácil assim

Em etapa no Rio de Janeiro, duplas brasileiras de vôlei de praia têm fraco desempenho

O primeiro Grand Slam da temporada no vôlei de praia foi realizado no mesmo formato e na mesma exata localização do torneio olímpico: as areias de Copacabana, no Rio de Janeiro. Apesar da torcida a favor, os resultados dos brasileiros ficaram bem abaixo do esperado - e colocam em xeque os planos da Confederação Brasileira de subir quatro vezes ao pódio em agosto.

Entre as mulheres, nenhuma das cinco duplas participantes alcançaram as semifinais. Quem chegou mais perto foi Agatha/Barbara, classificadas para o Rio, que perdeu nas quartas para as até então inexpressivas suíças Forrer/Vergé-Depré. Grandes candidatas ao ouro na Olimpíada, Larissa e Talita ficaram devendo mais uma vez e não passaram das oitavas de final. 

Favoritas ao ouro, Larissa e Talita perderam para as italiana Menegatti/Orsi Toth (FIVB).
O que mais chama a atenção é que as derrotas ocorreram para equipes velhas conhecidas das brasileiras, que apresentam visível evolução neste ano olímpico. Não tem mais bobo no vôlei de praia feminino.

No masculino, Bruno Schmidt e Alison, campeões de todos os campeonatos importantes de 2015, caíram nas quartas para os holandeses Breeuwer e Meeuwsen. A única medalha brasileira foi a prata de Evandro/Pedro Solberg, que sucumbiram diante dos surpreendentes poloneses Lusiak e Kantor. Repetir o desempenho incrível do ano passado seria de fato difícil, mas o primeiro Grand Slam de 2016 liga um sinal de alerta para o Brasil.

terça-feira, 8 de março de 2016

Aconteceu o que não acontecia há 12 anos na Superliga Feminina de Vôlei

As maiores potências da modalidade no país, Rexona/Ades e Vôlei Nestlé/Osasco, podem se enfrentar já na semifinal

Não é segredo para ninguém que Rexona/Ades e Vôlei Nestlé/Osasco dominam o voleibol nacional há mais de uma década. Nos últimos 11 anos, apenas uma decisão não foi entre os dois clubes. A exceção acontecerá novamente em 2016, com um detalhe: esta é a primeira vez em 12 anos que um dos dois times não termina a fase de classificação entre os três primeiros. Ou seja, se Rexona e Nestlé vencerem os confrontos das quartas de final, duelarão entre si por uma vaga na decisão.



A ponteira Natalia é o principal nome da temporada na equipe do Rexona/Ades (Divulgação/Rexona).

Isso não ocorreu nenhuma vez desde que o Rexona deixou a sede anterior Curitiba para se instalar no Rio de Janeiro. Na temporada 2003/04, ainda sob comando de Hélio Griner (Bernardinho ocupava o cargo de manager), o clube foi derrotado na semi por 3 jogos a 2 para o então Finasa/Osasco - os confrontos semifinais e a decisão eram disputados em melhor de cinco partidas. 

Do lado paranaense, a levantadora Fofão comandava o time, que dependia dos potentes ataques de Elisângela, hoje reserva do último colocado São Bernardo, e do fundo de quadra de Sassá, que atua como líbero no Brasília este ano. Já o favorito Finasa via a ascensão da jovem atacante Mari, que seria peça-chave na campanha brasileira no Jogos Olímpicos daquele ano em Atenas. A levantadora Fernanda Venturini era o cérebro da equipe comandada pelo agora tricampeão olímpico Zé Roberto Guimarães. 

O técnico Zé Roberto Guimarães foi o primeiro campeão pelo Osasco, na temporada 2002/03 (Reprodução).
Caso eliminem Pinheiros e Brasília respectivamente, Rexona e Osasco têm um encontro marcado mais cedo do que o esperado.Qual será o desfecho da história dessa vez, 12 anos depois? 

sábado, 5 de março de 2016

De olho no tiro!

Felipe Wu conquista o primeiro ouro brasileiro em Copa do Mundo de tiro esportivo

O Brasil está se tornando uma potência no tiro. Pela primeira vez na história, um atleta brasileiro foi campeão de uma etapa da Copa do Mundo. A honra coube ao paulista de 23 anos Felipe Wu, medalha de ouro no Pan-Americano de Toronto, ano passado. A última vez que um atirador nacional havia subido ao pódio em competição semelhante tinha sido em 2007.

Competindo na pistola de ar 10 metros em Bangcoc, Tailândia, Felipe foi extremamente regular na fase final do torneio, quando um competido é eliminado a cada disparo. No fim, o brasileiro superou o norte-americano Will Brown por 0,5 ponto para chegar ao resultado histórico.
Felipe Wu exibe a medalha dourada ao lado do americano Will Brown e do vietnamita Vinh Xuan Hoang (ISSF).
A conquista não faz de Felipe um favorito ao pódio na Olimpíada do Rio, em agosto, mas mostra que a modalidade está crescendo no país. Ao lado de nomes como Carlos Rippel, Felipe Wu tem tudo para fazer uma campanha histórica nos Jogos. Se isso culminar em uma medalha, melhor ainda. 

quarta-feira, 2 de março de 2016

Empresa especializada prevê 11 medalhas de ouro para o Brasil no Rio-2016

Quantidade é igual à soma dos ouros conquistados pelo país desde Sydney-2000 até Londres-2012

Quantas vezes os atletas brasileiros subirão ao lugar mais alto do pódio nas Olimpíadas deste ano, umas seis, sete vezes? Se depender da mais recente projeção da Infostrada, empresa que divulga atualizações mensaisdo quadro de medalhas do megaevento do Rio de Janeiro, serão 11 – quantidade igual à soma dos ouros conquistados pelo Brasil desde Sydney-2000 até Londres-2012. A previsão anterior divulgada em fevereiro dava oito medalhas douradas ao país.

Para a Infostrada, a seleção feminina de vôlei será tricampeã olímpica no Rio (FIVB).
Segundo a companhia, o voleibol nacional será praticamente perfeito no Rio de Janeiro, abocanhando os quatro ouros em jogo. No vôlei de praia feminino, até a prata viria para o Brasil, em uma dobradinha que já aconteceu na modalidade em Atlanta-1996, com Jackie/Sandra Pires e Mônica/Adriana Samuel. O futebol masculino enfim desencantaria e a dupla Marcelo Melo/Bruno Soares conquistaria o primeiro pódio do tênis na história.

Apesar dos resultados abaixo do esperado neste início de ano, Melo/Soares serão ouro na previsão da empresa (Getty Images).
O único senão do exercício de imaginação da Infostrada é o ouro concedido à boxeadora Clélia Costa, que não poderá disputar os Jogos do Rio pois está suspensa devido a doping. O excelente desempenho da delegação brasileira, que ainda traria sete medalhas de prata e seis de bronze, daria ao país um honroso 10° lugar no quadro de medalhas, exatamente a meta traçada pelo COB. Será que estamos podendo tanto assim? Quer viver verá.