terça-feira, 4 de setembro de 2012

Daniel Dias, meses e anos

>> Absoluto nas piscinas, nadador faz a trifeta 50 e 200m livres e 100m peito em Londres. Só falta um ouro para igualar Pequim. (foto: Getty Images)




Se Phelps foi superado por Thiago Pereira e companhia nos Jogos Olímpicos e Cesar Cielo conquistou apenas um bronze na terra da rainha, Daniel Dias é um homem que não dá chances para ninguém. Na tarde desta terça (04), alcançou sua terceira medalha de ouro, nos 100m peito SB4. Antes, já recebido a dourada nos 50 e 200m livres S5. Depois, deve se tornar o maior nadador paralímpico brasileiro da história.

O que mais impressiona é a hegemonia de Daniel, 24 anos, nadador desde os 16. Até aqui, todas as vezes em que pulou na piscina, BAM!, ouro. Recorde paralímpico também é com ele: só nos 100m peito, quebrou-o nas eliminatórias e depois novamente na final. A facilidade com que o multicampeão nada também é digna de nota. Seu talento, nato, já lhe rendeu o Laureus - o "Oscar do esporte" em 2009. Alguém mais sente o bi chegando?

Em Pequim, Daniel conquistou phelpianísticos 4 ouros, 4 pratas e 1 bronze. Em parapan, currículo irretocável: 19 medalhas douradas, 11 só em Guadalajara. Mundial da Holanda ano passado? 5 ouros. E aqui em Londres, a brincadeira está apenas começando...

domingo, 2 de setembro de 2012

Brasil passa pela Eslovênia no vôlei sentado e conhece nova personagem paralímpica

>> Destaque da seleção em vitória apertada, Jana Cunha marcou 54 pontos em duas partidas. E quer mais (foto: Terra)



Imagine que você é um grande talento do voleibol. Uma garota de 18 anos, que atua pela Seleção Brasileira Juvenil e inclusive já foi eleita melhor atacante de um Sul-Americano. Pense, agora, que ao sair de um treino você foi atropelada e teve que passar por uma reconstrução na perna, acabando com seu sonho de defender o país numa Olimpíada. Essa é a história de Jana Cunha, que, se não esteve presente na seleção medalha de ouro em Londres sob o comando de Zé Roberto, busca o pódio agora nas Paralimpíadas.

No vôlei sentado, Jana é uma unanimidade. Já havia sido o destaque do time, com 22 pontos, na estreia dos Jogos, quando as brasileiras foram derrotadas pelas chinesas - atuais campeãs paralímpicas. Hoje, na vitória suada no tie break ante a Eslovênia (semifinalista quatro anos atrás), Jana teve um aproveitamento espetacular no ataque (57,7%), de dar inveja a qualquer atacante de vôlei convencional. Em comparação, a equipe eslovena botou apenas 28,5% dos ataques no chão. Com 32 pontos ao todo, a capitã da equipe teve seu dia de Sheilla ao virar quase todas as bolas do Brasil no set decisivo.

Do outro lado da rede adaptada, mais atletas cheias de história para contar. Responsável por 30 dos 59 pontos conquistados pelas eslovenas, a atacante Anita Goltnik tem nada mais nada menos do que 47 anos. E ânimo de sobra para liderar a seleção. O que também sobra na equipe bálcã é experiência: outras duas titulares, Danica Gosnak e Stefka Tomic, já fazem parte do clube das cinquentonas.

Com tanto exemplo assim, o que você, que não tem 50 anos nem perdeu força muscular na perna após um acidente, está fazendo que não jogando vôlei?

Ps: O próximo jogo da seleção é nesta segunda (03) às 15h contra os Estados Unidos. Quem vencer passa às semis e deve enfrentar a Ucrânia. Realmente espero que o Sportv transmita a partida.