quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Como a Rede Globo quer mudar o voleibol ao seu bel prazer

>> Final em jogo único, set até 21 pontos... A Superliga de vôlei está se vendendo em troca de visibilidade (foto: Divulgação)




Não satisfeita em mandar no país econômica e politicamente, a Rede Globo decidiu iniciar sua incursão ao mundo dos esportes. A Superliga de vôlei da próxima temporada terá sets apenas até 21 pontos em vez dos originais 25, em voga desde a extinção da vantagem. Alguém pode argumentar que se trata de outra evolução natural da modalidade. Mas não. Nada imposto por uma rede de televisão pode ser considerado evolução no campo esportivo.

A Globo já se achava a dona do voleibol brasileiro por deter os direitos de transmissão do campeonato nacional masculino e feminino, da Liga Mundial, Grand Prix... basicamente de todo e qualquer torneio envolvendo equipes do Brasil. A final do torneio em jogo único também é coisa deles. Além disso, o canal tem essa estratégia genial de não falar a empresa dos patrocinadores dos clubes, o que, no meio voleibolístico, significa inventar um nome completamente novo - e ainda arranjar alguma confusão. 

(O Minas Tênis Clube possui uma equipe masculina e outra feminina. Maravilha. Entretanto, cidades como Rio de Janeiro e Campinas sediam times nas duas competições, porém sem ligação nenhuma entre eles. RJX e Unilever são "Rio de Janeiro" apenas para a TV Globo, que trata as equipes como se fossem o mesmo clube. Mas não.) 

Agora, o campeonato nacional de vôlei - cujo nível técnico deste ano estará entre os três melhores do mundo em ambos os sexos - terá a contagem do vôlei de praia. Se isso tivesse sido discutido seriamente entre as equipes, jogadores, comissões técnicas etc etc, tudo bem. Mas não.

Pouquíssimo tempo depois de a mudança ser cogitada, uma reunião foi feita entre os mencionados no parágrafo acima. No entanto, tratou-se somente de um comunicado: Rede Globo quer set de 21 pontos. Aceitem. E todos aceitaram, óbvio. Sem Globo = sem transmissão = sem visibilidade = sem patrocínio = sem voleibol.

Tem como ser diferente? Deve ter. Alguém precisa descobrir como e avisar os envolvidos. Porque, senão, daqui a uns anos o jogo de vôlei será disputado em melhor de três. Pontos.

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