sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Como e por que sou otimista


A escolha da cidade do Rio de Janeiro como sede da Olimpíada de 2016 – apesar de eu ter sido altamente desencorajado academicamente a utilizar essa expressão – está causando polêmica. Quase que instantaneamente ao anúncio em Copenhague, a população brasileira se dividiu entre os pró e os contra a realização da maior competição esportiva do mundo em solo brasileiro.

Não tenho vergonha de afirmar que apoio os Jogos Olímpicos na Cidade Maravilhosa. O curioso é perceber como acreditar no próprio país se tornou raridade por aí. O fato é que temos a oitava maior economia no mundo todo e, segundo nosso presidente, seremos a quinta na época dos Jogos. Sei que acreditar no presidente – como diz aquela música que marcou nossa pré-adolescência – “é coisa do passado”, mas não podemos ignorar que dentre as mais de duzentas nações do planeta, apenas sete delas têm um poder econômico maior que o nosso. Tais dados já destoem o argumento de que o país não teria condições financeiras (ou seja, dinheiro mesmo) para sediar eventos de tamanha proporção. Afinal, se o México pode, por que o Brasil não pode?

Ainda sobre cifras, ouvi muitas pessoas rechaçarem Rio-2016 por causa da corrupção generalizada que a preparação para o evento certamente causará. Muito determinista da parte de quem pensa assim. Se o desvio de verbas é tão fácil de prever, que criemos mecanismos para investigar as contas do evento e prevenir a tal roubalheira. Afinal, para que serve a mídia? Ela criou uma grande onda ufanista após a escolha, há cerca de um mês, admito; mas não recrimino, o momento era propício. Daqui para frente, porém, as coisas devem mudar. O dever de nós, meios de comunicação, e de nós, cidadãos, será acompanhar o mais perto possível os preparativos nesses sete anos para que as coisas não fujam do controle.

Temos uma grande chance em nossas mãos. Sediar uma Olimpíada tem suas dificuldades, mas quem sabe administrá-las bem, colhe os frutos do bom trabalho no futuro. Barcelona e Sydney são exemplos recentes de cidades que conseguiram esse feito e agora só têm boas recordações da competição. Isso sem mencionar o efeito psicológico que os Jogos terá nos mais jovens. Imagine um carioquinha de dez anos maravilhado com os melhores atletas e as maiores disputas esportivas acontecendo a quarteirões de casa. O desejo de praticar canoagem ou aprender salto com vara será uma consequência; e o melhor de tudo é que a estrutura necessária para que ele efetivamente pratique essas modalidades já existirá.

Em vez de criticarmos previamente tudo que diga respeito a 2016, proponho uma reflexão. Por que não aceitar um desafio e provar ao mundo que o Brasil é capaz de realizar a maior festa da humanidade? O Comitê Olímpico Internacional já deu seu voto de confiança no país. É a vez dos brasileiros fazerem o mesmo.

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