
Ninguém soube explicar o que aconteceu. Nem Fabiana Murer, nem Yelena Isinbayeva, ninguém. Admito ser novato na tarefa de acompanhar salto com vara, mas essa deve ter sido a final de Campeonato Mundial mais estranha da história. Logo no aquecimento, a russa Yiulia Golubchikova – quarta colocada em Pequim e, portanto, candidata a medalha – sentiu uma contusão e não teve condições de sequer disputar a final. A segunda idiossincrasia foi a participação da brasileira Murer. Cotada para subir ao pódio – ainda mais com a ausência da estadunidense Jennifer Stuczynski e da russa Svetlana Feofanova, medalhistas olímpicas em 2008 – Murer não fez bons saltos e terminou com a marca regular de 4,55m, 27cm a menos de seu record pessoal, conquistado em junho deste ano. A superstar Isinbayeva entrou na disputa só depois de muitas competidoras já terem sido eliminadas. Enquanto a maioria das finalistas iniciou os saltos em 4,25m, a campeã olímpica e mundial fez sua estreia com o sarrafo a 4,75m. Falhou. Tentou, então, a 4,80m. Novo erro. Sua última tentativa encheu os milhares de torcedores presentes no estádio berlinense de apreensão e expectativa. Poderia a bela e a fera Isinbayeva desapontar tanto assim? Poderia e pôde. Suas chances de ouro caíram junto com o sarrafo na terceira tentativa de superá-lo. Acostumada às glórias e às vitórias, a russa agora chora. Na saída do estádio, seu discurso era idêntico ao de Fabiana Murer. “O que aconteceu?”, lhes perguntaram. “Não sei”, disseram, “não sei”.
Eu demorei mais tempo lendo os nomes do que lendo o texto...
ResponderExcluirhauhauahuahahauaa